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E você, quanto vale?

Pergunta difícil, dura e até mesmo um pouco rude, mas na verdade não é minha intenção te fazer pensar somente no aspecto financeiro, quanto você gostaria ou mereceria ganhar, mas sim no qual é o seu 'valor profissional'?

Segundo o IBGE, no primeiro trimestre de 2017, chegamos a 14 milhões de desempregados no País! É triste, mas bem provável, que você leitor esteja nessa situação e que, a todo o momento, se pergunte o que fazer para reverter esse quadro.

 Nos artigos anteriores, ressaltei a importância de buscarmos mudanças, desenvolvermos novas habilidades, não deixarmos nossa iniciativa ser freada pelo medo. Todos esses pontos para refletirmos que a evolução da sua carreira depende de você. Mas o que fazer quando o cenário econômico se encontra caótico e você precisa 'vender' melhor a sua imagem que o seu colega na mesma situação? E nesse momento de crise, o que é 'vender' melhor a sua imagem?

Tenho visto, com certa frequência, excelentes profissionais, com anos de experiência em empresas conceituadas e fortes habilidades desenvolvidas, 'adaptando' seu currículo a essa nova realidade do mercado. Sim, amigos! Profissionais omitindo cargos, qualificações e, principalmente, reduzindo pretensão salarial!

Em 18/04/2017 foi publicado uma matéria no G1 com a seguinte chamada: “Esconder qualificações no currículo: a 'tática' para conseguir emprego que floresce na crise.” Nela é relatada a história de Bárbara Lourenço, que demitida em junho de 2016, percebeu, logo na primeira entrevista de emprego, que tinha qualificações demais para a vaga em um momento de crise. “Passei a ter medo de me apresentar com todos os conhecimentos que paguei muito pra ter. Jamais imaginei que precisaria, mas comecei a listar apenas experiências mais básicas. Funcionou", disse Bárbara.

Diante desse cenário, pergunto: Isso é certo? É errado? Você faria?

A meu ver, não existe a resposta correta! É provável que você faça aquilo que mais te atenda em um determinado momento. No entanto, acredito que o ponto chave nisso tudo deva ser a consequência da sua ação. Por exemplo, se você 'adaptar' o CV e aceitar essa nova condição, estará preparado para o que vier? É importante considerar os seguintes questionamentos:

 - Em condições “normais” você se candidataria a esse cargo?

- Uma vez iniciado o trabalho, qual será seu comportamento? Mostrará todo seu potencial para conseguir uma rápida promoção (para o cargo ao qual você seria capacitado!) ou se acomodará até que surja alguma oportunidade 'melhor' em outra empresa?

- Conseguirá realizar o trabalho sem se frustrar, uma vez que poderia estar ocupando uma posição melhor?

- Aceitando receber um salário menor que o esperado (e merecido!), por quanto tempo permanecerá motivado?

- A situação contrária também precisa ser levada em consideração. Uma vez optando em manter seu CV com todas as suas qualificações, por quanto tempo você poderá se manter fora do mercado de trabalho?

- Até quando haverá reserva financeira?

- O que fará para se destacar como o candidato ideal para aquela oportunidade, diante de tantos outros bons profissionais também disponíveis?

- Será que a sua pretensão salarial é negociável?

Dessa forma, sem qualquer pré-julgamento, peço novamente que você se pergunte e analise com calma: E você, vale quanto? 

​Clariza Nogueira

Diretora Executiva da BVE Rio

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